Faz hoje uma semana que minha prima foi embora. Ela esteve nos visitando por um mês, o qual passou bem mais rápido do que deveria.
A Tata (ou Ana, Aninha, Ana Claudia, Tata-uga, Pinguinzinha haha) é uns 4 anos mais nova que eu. Quando eu morava no Brasil, esta diferença de idade era relativamente grande, pois quando eu era "aborrecente", ela ainda era criança. Daí quando fiquei adulta ela ainda era "aborrecente". Acredito que essa foi a razão por nunca termos nos aproximado mais naquela época.
Daí fui embora do Brasil, festei "até cair a peruca" [?], depois casei, voltei pro Brasil e foi então que a gente se aproximou um pouquinho. Mas depois voltei pros EUA e novamente estávamos distantes!
No comecinho do ano a gente conversou e ela disse que vinha me visitar em Chicago. Confesso que não sabia muito o que esperar da visita, pois a gente nunca teve a chance de passar um tempinho juntas depois adultas, e fiquei meio preocupada porque ela vinha no mês mais gelado do inverno de Chicago - inverno o qual acabou sendo um dos mais gelados e com mais neve dos últimos 40 anos! E o frio de Chicago não é para os fracos... ;)
Nos primeiros dias juntas, eu e a Tata já percebemos que tínhamos várias coisinhas em comum, incluindo a aversão a acordar cedo, o estômago com um buraco negro e uma habilidade excepcional em perder elásticos pra cabelo. Quanto mais o tempo passava, mais dessas coisinhas vinham a tona e, depois de um mês juntas, a gente já tinha virado quase irmãs. Eu digo "quase" porque nenhuma relação entre irmãs de verdade é real sem alguns arranhões e puxões de cabelo, e eu e a Tata viramos irmãs bem pacíficas. Ou seja, quase irmãs! hahaha
Até porque a Manu sabe que eu sou a irmã mais chata que existe. Eu implicava até quando ela não fechava a tampinha do shampoo no chuveiro. Daí quando a Tata nunca deixava nem um copo sujo em cima da mesa, e me pedia as coisas, até se podia usar meu shampoo, eu sabia que a gente ia se dar muito bem!
Pra sobreviver o frio de Chicago, tem algumas coisas que são indispensáveis - luvas, cachecol, gorro, cerola, inúmeras meias, jaqueta gigante. Porém, tem duas coisas que são as salvadoras: botas de neve e "orelhinhas". As orelhinhas são na verdade earmuffs, que parecem fones de ouvidos acolchoados, que servem pra deixar as orelhas quentinhas. Só quem já teve a sensação de que as orelhas iriam quebrar de tanto frio é que sabe a importância das orelhinhas!
A Tata trouxe com ela, de alguma forma, a maior nevasca dos últimos trocentos anos. Tinha tanta neve que a cidade inteira parou por um dia - as escolas, lojas e restaurantes estavam praticamente todos fechados! Tinha neve até a cintura por tudo. Claro que a gente não aguentou ficar em casa... e fomos dar uma voltinha no meio da nevasca, com ventos de carregar a gente junto. Quando chegou a hora de a Tata ir embora, ela já tinha se acostumado a usar galochas, orelhinhas, e ficava com calor de jaquetão quando a temperatura ficava acima de zero. Virou praticamente uma "Chicagona"!
Nós visitamos vários museus, MUITA loja, alguns restaurantes, baladinhas e barzinhos, mas são os nossos momentos juntas em casa mesmo, as conversas, as dancinhas, pidadinhas, cantorias e escadarias que finalmente nos permitiram uma aproximação digna de irmãnzinhas! I love you, Aninha!
Claro que eu não poderia deixar de mencionar o vídeo que marcou essa aproximação. Vídeo o qual pretendemos recriar um dia. Só não deu certo ainda porque é uma dança extremamente complexa e vamos precisar de MUITA prática pra chegar a perfeição. Com vocês, a Drunk Mexican Dance!