Fazem 3 meses e meio que estamos no Brasil, em Joinville. É claro que chegamos aqui com algumas expectativas - do que esperar da cidade, das pessoas, do que queríamos fazer, de como as coisas provavelmente aconteceriam... Coisas normais pra quem muda pra tão longe - e pra quem volta.
O nosso primeiro desafio foi conseguir alugar um apê - chegamos aqui sem fazer muita idéia da burocracia que iria ser. Mas, de certa forma, não foi uma grande surpresa, pois tivemos um gostinho da burocracia brasileira depois de um processo de 6 meses (!!!) para o David conseguir o visto permanente dele.
Junto com o desafio vieram também as vantagens de se estar aqui, pertinho da família... Nunca nos faltam apoio, ajudas, caronas, palavras de carinho - e churrascos.
Eu nunca tinha precisado comprar móveis, toalhas, ir na Celesc, essas coisas que fazem parte da vida de "gente grande" rs. Eu sabia que roupas, sapatos e eletrônicos são bem mais caros no Brasil do que nos EUA, mas não fazia idéia que praticamente todas as outras coisas são também BEM mais caras do que nos EUA - sofá, eletrodomésticos, aparelhos de celular, compras no supermercado (...). Por outro lado, tudo é muito pertinho - podemos ir andando pro trabalho, pro shopping, pro apê do pai, até o hospital é ali na esquina. É só ter sempre um guarda-chuva em mãos.
Eu também sentia falta desse "clima de final de ano" bem característico daqui - onde é calor no Natal e no Ano-Novo e onde 98% das pessoas vão à praia nessa época. Onde a gente começa o ano seguinte pisando na areia e com novas esperanças, mesmo depois de um ano inteiro batalhando por uma vida melhor. Se tem uma coisa que meu xuxu aprendeu é que brasileiro é guerreiro e que americano é mimado e reclama de "barriga cheia". E eu aprendi que na vida real a grande maioria das pessoas só apreciam as coisas boas da vida depois que as perdem - mas só quem já passou por uma situação assim vai entender plenamente do que eu estou falando. Vejo muita gente que não dá valor a ter um emprego, ou que não dá valor a mãe, pai, irmãos, vó, vô (reconhecer os esforços de alguém mas não demonstrar pra esse alguém que vc os reconhece é a mesma coisa que nada). Tem cada detalhe na nossa vida que é muito importante, mas que é comum a gente nem percebê-los.
Há esses dias o nosso aquecedor estragou... eu nunca dei tanto valor pra água quente depois de ter que tomar um banho MUITO gelado. E um ventiladorzinho faz milagres quando não consigo dormir porque está muito calor. Um cachorrinho ser a coisa mais feliz do mundo quando me vê deixa qualquer um mais animado, mesmo no dia mais cinza do ano. E um cafuné de mãe e um conselho de pai me deixa muito mais tranquila quando meu mundo tá desabando. Beijinho de vó, abraço de vô, um email;telefonema inesperado de uma amiga, chuva quando a cidade virou sauna por um dia... A vida é tão boa pra quem sabe apreciar as coisas simples.
Minha ilusão era chegar aqui, ter uma situação ideal onde as coisas seriam muito mais fáceis do que foram, onde as pessoas provassem que todas aquelas mensagens de saudades eram reais (as vezes eu ainda espero que sejam), que nossa vida estivesse estabelecida e com uma rotina.
Minha realidade foi encontrar muitas pedras no caminho, me decepcionar com bastante gente. Mas aprender que, as vezes, as coisas não acontecem do jeito que a gente quer que aconteçam - mesmo assim, me ensinam a valorizar ainda mais as coisas simples do dia-a-dia e a reconhecer quais são as pessoas que valem a pena manter em minha vida - isso não tem preço :)
O nosso primeiro desafio foi conseguir alugar um apê - chegamos aqui sem fazer muita idéia da burocracia que iria ser. Mas, de certa forma, não foi uma grande surpresa, pois tivemos um gostinho da burocracia brasileira depois de um processo de 6 meses (!!!) para o David conseguir o visto permanente dele.
Junto com o desafio vieram também as vantagens de se estar aqui, pertinho da família... Nunca nos faltam apoio, ajudas, caronas, palavras de carinho - e churrascos.
Eu nunca tinha precisado comprar móveis, toalhas, ir na Celesc, essas coisas que fazem parte da vida de "gente grande" rs. Eu sabia que roupas, sapatos e eletrônicos são bem mais caros no Brasil do que nos EUA, mas não fazia idéia que praticamente todas as outras coisas são também BEM mais caras do que nos EUA - sofá, eletrodomésticos, aparelhos de celular, compras no supermercado (...). Por outro lado, tudo é muito pertinho - podemos ir andando pro trabalho, pro shopping, pro apê do pai, até o hospital é ali na esquina. É só ter sempre um guarda-chuva em mãos.
Eu também sentia falta desse "clima de final de ano" bem característico daqui - onde é calor no Natal e no Ano-Novo e onde 98% das pessoas vão à praia nessa época. Onde a gente começa o ano seguinte pisando na areia e com novas esperanças, mesmo depois de um ano inteiro batalhando por uma vida melhor. Se tem uma coisa que meu xuxu aprendeu é que brasileiro é guerreiro e que americano é mimado e reclama de "barriga cheia". E eu aprendi que na vida real a grande maioria das pessoas só apreciam as coisas boas da vida depois que as perdem - mas só quem já passou por uma situação assim vai entender plenamente do que eu estou falando. Vejo muita gente que não dá valor a ter um emprego, ou que não dá valor a mãe, pai, irmãos, vó, vô (reconhecer os esforços de alguém mas não demonstrar pra esse alguém que vc os reconhece é a mesma coisa que nada). Tem cada detalhe na nossa vida que é muito importante, mas que é comum a gente nem percebê-los.
Há esses dias o nosso aquecedor estragou... eu nunca dei tanto valor pra água quente depois de ter que tomar um banho MUITO gelado. E um ventiladorzinho faz milagres quando não consigo dormir porque está muito calor. Um cachorrinho ser a coisa mais feliz do mundo quando me vê deixa qualquer um mais animado, mesmo no dia mais cinza do ano. E um cafuné de mãe e um conselho de pai me deixa muito mais tranquila quando meu mundo tá desabando. Beijinho de vó, abraço de vô, um email;telefonema inesperado de uma amiga, chuva quando a cidade virou sauna por um dia... A vida é tão boa pra quem sabe apreciar as coisas simples.
Minha ilusão era chegar aqui, ter uma situação ideal onde as coisas seriam muito mais fáceis do que foram, onde as pessoas provassem que todas aquelas mensagens de saudades eram reais (as vezes eu ainda espero que sejam), que nossa vida estivesse estabelecida e com uma rotina.
Minha realidade foi encontrar muitas pedras no caminho, me decepcionar com bastante gente. Mas aprender que, as vezes, as coisas não acontecem do jeito que a gente quer que aconteçam - mesmo assim, me ensinam a valorizar ainda mais as coisas simples do dia-a-dia e a reconhecer quais são as pessoas que valem a pena manter em minha vida - isso não tem preço :)
POis é...repito aqui, quando vamos marcar para nos encontrar??? posso dar um pulinho aí, quando você puder!!!
ResponderExcluirBeijos, Iara
É isso aí Aninha! O que importa é o valor que damos para as pequenas coisas da vida para que possamos ser mais felizes. Família e amigos fiéis valem um monte com certeza. Sem eles é tudo mais triste. Bjo gde! Te amo. Tua mãe.
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